A História dos Coruchéus e dos seus ateliês
Década de 1940
A Quinta dos Coruchéus passa a propriedade municipal
Expropriação da propriedade sita na Rua Aboim Ascensão
Expropriação da propriedade situada na Rua Aboim Ascensão, 87 e Azinhaga das Calvanas, denominada Quinta dos Coruchéus, nos termos do Decreto-Lei n.º 28.797 de 1 de julho de 1938, na qual viviam 11 pessoas.
Esta tinha uma área aproximada de 46.400 m2, era constituída por terrenos de sequeiro e de regadio e tinha 67 árvores de fruto e 77 oliveiras. Existia um edifício de 2 pisos e outro de 1 piso, 2 poços, tanques e anexos.
A propriedade integrava a Célula 2 do Plano de Urbanização da Zona Sul da Avenida Alferes Malheiro (atual Avenida do Brasil). Projeto do arquiteto e urbanista Faria da Costa (1906-1971), o Plano foi aprovado pelo governo em 1945 e abrangia a Avenida da República, o Campo Grande, a Avenida Alferes Malheiro, a Avenida do Aeroporto e a linha férrea de cintura.
As dependências da Quinta dos Coruchéus são utilizadas para depósito das publicações culturais da Câmara Municipal
As dependências da Quinta dos Coruchéus são utilizadas para depósito das publicações culturais da Câmara Municipal que estavam guardadas no Palácio Galveias e nas dependências da Rua do Arco Cego, 54.
Foram também aí recolhidos os adereços provenientes do Cortejo Histórico comemorativo do 8.º Centenário da Tomada de Lisboa aos Mouros.
Década de 1950
Em reunião de Câmara, o vereador Aníbal David
Em reunião de Câmara, o vereador Aníbal David refere a “lacuna que existe no nosso meio, de instalações próprias onde os artistas possam trabalhar e produzir e a certeza da necessidade de lhes proporcionar as condições de trabalho com rendas acessíveis às suas possibilidades, considerando a pobreza do nosso meio, no campo da Arte”.
Década de 1960
A ideia de construção de ateliês para artistas no espaço envolvente ao Palácio dos Coruchéus – do projeto à construção
Um grupo de artistas propõe à Câmara Municipal a criação de um “Centro Cultural pluridisciplinar”
Um grupo de jovens artistas propõe à Câmara Municipal a criação de um “Centro Cultural pluridisciplinar”.
Propostas existentes para a «Quinta dos Coruchéus» no início da década de 1960:
Palácio dos Coruchéus: construção da futura Casa-Museu Diogo de Macedo, acolhendo o seu espólio.
Terreno envolvente: construção de um conjunto de ateliês como complemento à Casa-Museu.
O Presidente da Câmara, General França Borges, decide não avançar com a Casa-Museu e encomenda o projeto para a construção do Centro dedicado aos artistas.
Desenvolve o estudo para a construção de ateliês para artistas de artes plástica
O arq. Fernando Peres Guimarães (1918-2016) desenvolve o estudo para a construção de ateliês para artistas de artes plásticas na área envolvente ao Palácio dos Coruchéus, no qual se prevê a instalação de uma Biblioteca de Arte, uma sala para conferências e exposições.
O projeto de arquitetura é aprovado pela Comissão de Arte e Arqueologia
O projeto de arquitetura é aprovado pela Comissão de Arte e Arqueologia e obedece ao seguinte programa:
- Assumir o Palácio dos Coruchéus como elemento central;
- Prever a existência de: casa do guarda, restaurante, instalação de muflas, tanques para argila, um pavilhão de jardim para apoio a atividades infantis relacionadas com as artes plásticas;
- Os ateliês eram destinados a escultores, pintores e ceramistas.
Desocupação do edifício dos Coruchéus para início das obras
Desocupação do edifício dos Coruchéus para início das obras.
Lançamento das empreitadas das fases 1 (recuperação do Palácio dos Coruchéus) e 2 (construção dos blocos dos ateliês).
O presidente França Borges propõe em reunião de Câmara a aprovação do projecto
Por proposta do Presidente França Borges é aprovado em reunião de Câmara o “projecto de «Adaptação do Palácio dos Coruchéus a sala de exposições, conferências e biblioteca e respectivo arranjo envolvente, englobando «ateliers» para artistas, restaurante, parque infantil e casa da guarda», da autoria do Arq. F. Peres Guimarães
Retificação do valor previsto para a empreitada da 2.ª fase
Retificação do valor previsto para a empreitada da 2.ª fase. Lançamento de um novo concurso, devido aos dois anteriores terem ficado desertos.
Construção da 2.ª fase do Plano Geral do Conjunto dos Coruchéus
Decorre a construção da 2.ª fase do Plano Geral do Conjunto dos Coruchéus.
Década de 1970
Inauguração do «Centro Artístico Municipal dos Coruchéus»
O novo presidente, Fernando Augusto Santos e Castro dá continuidade ao Plano Geral do Conjunto dos Coruchéus.
O General França Borges cessa as funções de presidente da CML. O novo Presidente, Fernando Augusto Santos e Castro, dá continuidade ao Plano Geral do Conjunto dos Coruchéus.
Conclusão da construção dos ateliês, embora não tivessem ainda água e eletricidade.
Abertura do primeiro concurso para a concessão do restaurante. Não houve concorrentes.
Primeira proposta de normas de utilização do espaço
Primeira proposta de normas de utilização do «Centro Artístico Municipal dos Coruchéus».
No início do ano já tinham sido atribuídos 7 ateliês (3 a pintores; 2 a ceramistas; 2 a escultores).
Abertura do concurso para de “Concessão da exploração do restaurante junto do Palácio dos Coruchéus” que ficou deserto.
[2 ago.] Inauguração do «Centro Municipal de Artes Plásticas dos Coruchéus». Nas salas do Palácio abriu a exposição “Lisboa na Obra dos Artistas Contemporâneos. Aspectos – Tipos – Costumes”, organizada pela Repartição de Bibliotecas, Museus e Arquivos.
Dulce d’Agro, pintora, envia um requerimento ao presidente da Câmara manifestando o seu interesse em utilizar o espaço previsto para restaurante (rés-do-chão e cave do bloco 1 dos ateliês) para a realização de “exposições de Arte (pintura, escultura, cerâmica, etc.), actividades culturais e bufete acessório”, o que é autorizado.
Inauguração da Galeria Quadrum, dirigida por Dulce d’Agro.
Inauguração da Galeria Quadrum, dirigida por Dulce d’Agro.
Regulamento do Centro Municipal de Artes Plásticas dos Coruchéus
Verificam-se atrasos significativos por parte dos artistas no pagamento de rendas, o que é atribuído ao retraimento do mercado artístico.
O “Regulamento do Centro Municipal de Artes Plásticas dos Coruchéus”, é aprovado em reunião de Câmara.
Década de 1980
Novos regulamentos
Atualização das taxas de ocupação dos ateliês dos Centros de Escultura
Atualização das taxas de ocupação dos ateliês dos Centros de Escultura da Quinta do Contador-Mor (Olivais Sul) e do Centro Municipal de Artes Plásticas dos Coruchéus.
Realização de concurso para a atribuição dos ateliês de pintura
Realização de concurso para a atribuição dos ateliês de pintura.
Novo “Regulamento do Centro Municipal de Artes Plásticas dos Coruchéus”, aprovado em Assembleia Municipal
Novo “Regulamento do Centro Municipal de Artes Plásticas dos Coruchéus”, aprovado em Assembleia Municipal.
Revisão do Regulamento em vigor
Revisão do Regulamento em vigor.
Década de 1990
Encerramento da Galeria Quadrum
Encerramento da Galeria Quadrum.
Anos 2000 – Novo Milénio
Novos regulamentos, diferentes regras para os concursos de atribuição dos ateliês. Obras de manutenção Inauguração da nova Biblioteca dos Coruchéus
Abertura de Concurso Público para «Obras de conservação e reabilitação nos ateliers junto do Palácio dos Coruchéus»
Abertura de Concurso Público para «Obras de conservação e reabilitação nos ateliers junto do Palácio dos Coruchéus».
Proposta de ”Regulamento de Ateliers Municipais para as Artes”
Proposta de ”Regulamento de Ateliers Municipais para as Artes”.
O “Regulamento de Ateliers Municipais para as Artes” é aprovado
O “Regulamento de Ateliers Municipais para as Artes” é aprovado em Assembleia Municipal por maioria.
1.º Concurso para Atribuição de Ateliês Municipais, pelo período máximo de 4 anos. Concorrem cerca de centena e meia de artistas.
Obras de manutenção. Lançamento de um concurso para arranjo dos espaços exteriores.
Inauguração da escultura da autoria do escultor José Pedro Croft, no jardim
Receção definitiva parcial da empreitada de obras de conservação da Galeria Quadrum
Receção definitiva parcial da empreitada de obras de conservação da Galeria Quadrum.
Abertura de concurso para atribuição de 10 ateliês (8 nos Coruchéus e 2 nos Olivais).
Inauguração da Biblioteca dos Coruchéus após obras
Inauguração da Biblioteca dos Coruchéus após obras de recuperação do edifício com um programa renovado e de proximidade com as populações do bairro.
Transferência da gestão para a EGEAC
Transferência da gestão do Atelier-Museu Júlio Pomar, das Galerias Municipais da Avenida da Índia, Boavista, Quadrum, Torreão Nascente da Cordoaria Nacional e Pavilhão Branco e dos espaços que lhes estão associados para a EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, E.M.
3.º Concurso para a Atribuição de Ateliês Municipais para as Artes.
3.º Concurso para a Atribuição de Ateliês Municipais para as Artes. Concorrem 246 candidatos para 47 ateliês municipais, o número mais elevado até então.